Investigadores da Universidade de Wisconsin, em
Madison, Estados Unidos desenvolveram um betão hidrofóbico que é mais flexível
e durável que o betão tradicional.
Liderada por, Konstantin Sobolev, Professor do
Departamento de Engenharia Civil, a equipa desenvolveu um betão de alto
desempenho, reforçado com fibras hidrofóbicas, que apresenta uma vida útil de
120 anos.
A investigação surgiu com o princípio de garantir
uma ligação eficaz entre pilares e tabuleiros de pontes fortemente armadas. O
betão nestas obras de arte está constantemente sujeito a ciclos de
congelamento-descongelamento, com dilatações consideráveis e variações de
temperatura enormes, o que leva a uma deterioração mais rápida do material. A
pensar neste problema e na necessidade de aumentar o tempo de vida útil do
betão tradicional, a equipa de investigadores da Universidade de Wisconsin,
desenvolveu o SECC (solução de compósitos comentícios hidrofóbicos).
A utilização de aditivos químicos e o micro
controlo da rugosidade superficial do
betão leva a que o ângulo de contacto
entre este e a água seja superior a 150º, o que leva a um escoamento rápido da
água e a uma menor saturação do betão.
A solução incorpora também fibras de
polivinil-álcool que criam micro bolhas de ar, permitindo que o betão apresente
um nível de flexibilidade semelhante ao metal e um aumento da resistência de
compressão entre 4 a 200 vezes superior ao betão normal. Estas micro bolhas
promovem microfissuras múltiplas que aumentam a ductilidade do material sem
perder a sua resistência.
Muito diferente do ensino Português, este material
encontra-se não só a ser estudado em laboratório, mas também num caso real, tendo
sido construído um protótipo no campus da Universidade, que é basicamente uma
laje com 8cm de espessura que serve de acesso a um estacionamento. Para este
protótipo a equipa criou também um software para monitorizar o desenvolvimento
de fissuras e avaliar o desempenho do betão.
As informações recolhidas serão fundamentais para
continuar a investigação e ajustar/melhorar a solução para posteriormente se
colocar o material no mercado.
Recomendo, se assim o desejarem, a consulta dos
relatórios emitidos à agência que financiou a pesquisa, o National Center for Freight & Infrastructure Research &
Education, onde se encontram todos os passos desenvolvidos até ao momento
para a evolução desta investigação e a actual análise de resultados.
Creio, que este material poderoso para as
infra-estruturas, principalmente para obras de arte, merece um contínuo
acompanhamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário