O Boom da Construção em Angola, sem qualquer
orientação técnica, análise e consideração do espaço urbanístico levou a que,
por exemplo, junto de uma vivenda existam prédios com mais de 20 pisos. A
construção desenfreada comandada por interesses políticos e financeiros,
resultaram em graves problemas que diminuem a qualidade de vida da cidade,
principalmente, pela falta de acessos com capacidade para escoar o trânsito
local, bem como para instalar as redes eléctricas, de esgoto e de abastecimento
de água, já para não mencionar a total falta de espaços de estacionamento e
demais infra-estruturas básicas a partir das quais se constroem cidades
funcionais, como sejam Lisboa.
Em tempo, faltou-nos também o que hoje em dia
Angola tem de “construir” à velocidade da luz, antes de continuar com
construções que poderão ter de ser demolidas por impossibilitarem a
funcionalidade das Cidades e periferias: O Plano de Ordenamento!
Neste momento Angola está focada simplesmente em
Luanda, as periferias estão ao acaso, sem intervenções programadas. E a
Construção na cidade foi feita ao acaso, sem se pensar detalhadamente na sua
funcionalidade, no modo como as pessoas podem circular, no modo como
implementar redes públicas de transporte, no modo como garantir a qualidade de
vida!!!
Como outrora acontecera em Lisboa e em grandes
cidades que foram evoluindo, as construções tiveram de ser readaptadas e neste
momento, algumas das novas
construções em Luanda correm o risco de serem
demolidas, segundo fonte do Eng. Civil Manuel Resende, ex-ministro das Obras Públicas, tendo exercido
funções no primeiro Governo nacional depois da independência.
Segundo o
mesmo, é fundamental que as novas obras públicas fiquem suspensas até à
definição e conclusão do Plano de Ordenamento, caso contrário, Luanda corre o
risco de investir numa cidade que nunca será funcional, ou terá prejuízos
avultados pela necessidade de demolição de construções recentes com
investimentos elevados.
Felizmente,
muitas das cidades em construção possuem já Planos de Ordenamento e/ou Técnicos
que diariamente aconselham e prestam apoio às entidades públicas a fim de
garantir a criação de novas cidades funcionais, como é o caso de Huambo,
Lubango e Soyo.
Esperemos
que Luanda trave minimamente esta construção desenfreada e foque-se no seu
planeamento, caso contrário será brevemente uma das cidades mais caras do mundo
com a pior qualidade de Vida.
Por este
caminho, espera-se que o sector das infra-estruturas evolua rapidamente, com
novas oportunidades para grandes empresas internacionais.
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