E se conseguíssemos reduzir em mais de 40% as
reclamações dos clientes nos primeiros dois anos?
Os materiais com composições diferentes têm de
trabalhar e independentemente das técnicas utilizadas, juntas de dilatação e escolha
de materiais, é quase inevitável que as microfissuras comecem a aparecer ao fim
do primeiro ano.
Conforme publicado num artigo anterior, elas podem
evoluir e apresentar sérias consequências para o imóvel, incluindo para a sua
própria estrutura.
A reparação é complicada, dispendiosa, muitas vezes
tardia e provoca imenso incómodo para os utilizadores dos espaços.
Mas se tivermos “materiais vivos” que se adaptem às
diferentes temperaturas, aos materiais envolventes e às deformações dos primeiros
anos e que se reciclem sempre que aparece a primeira patologia, seria possível reduzir
reclamações, reduzir custos de garantia de obra, reduzir disponibilidade de
tempo e todos os demais encargos directos e indirectos.
Foi a pensar nestes problemas, que uma equipa
Holandesa de Universidade Técnica de Delft e mais tarde uma equipa orientada pelo Dr. Alan Richardson,
da Universidade do Reino Unido, pensaram em criar um material capaz de se
auto-reparar. Eles pensaram no material utilizado em maior escala: o betão.
Se ao betão fossem incorporadas bactérias produtoras
de calcite, que entrassem em processo de produção quando expostas a ambientes
ácidos, então
as microfissuras seriam automaticamente reparadas assim que se
evidenciassem.
Denominado por Biobetão, é portanto um material constituído
pela tradicional argamassa e bactérias, que entram em produção de calcite, e
que preenchem de dentro para fora as fissuras que aparecem, selando
completamente qualquer patologia que apareça e que possa levar à degradação das
armaduras bem como do betão.
Com a redução das patologias, este material levará
também ao aumento da “esperança de vida” das construções. Se actualmente temos
betões com 50 e 100 anos de esperança de vida, a mesma poderá ser aumentada em
20 a 40 anos.
Os ensaios continuam e o aperfeiçoamento do
material também. Prevê-se que em 2016 esteja a ser comercializado e que até lá
o material se aperfeiçoe para ser competitivo no mercado, inclusive a nível
económico.
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