terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Material em análise: Tintas Naturais

As tintas são materiais predominantes na Construção. São aplicadas em todo o tipo de revestimentos, quer sejam paredes interiores ou exteriores, tectos, portas, janelas, mobiliário, pavimentos…
Este material provoca um grande impacto no nosso ambiente e pela elevada quantidade usada é importante escolher cuidadosamente o tipo de tinta a aplicar, de modo a minimizar as consequências negativas para o meio ambiente.
Por ser um dos produtos mais antigos a concorrência é elevada e a gama de produtos disponível também. Por isso é impres
cindível conhecer todos os seus constituintes e entender quais os mais prejudiciais.

Comecemos portanto por analisar a composição da tinta. Estes produtos são basicamente constituídos por aditivos, solventes, pigmentos (activos e inertes) e resinas.
Os aditivos são produtos químicos utilizados em pequenas quantidades mas com uma elevada capacidade de modificar as propriedades da tinta. Estes componentes são responsáveis por propriedades como o brilho, a estabilidade da cor, a adesão, a suavidade da tinta, entre outros. Os mais comuns são os secantes, antiespumantes, fungicidas e bactericidas.
Os solventes são usados unicamente para controlar as propriedades da aplicação de uma tinta. Eles são líquidos voláteis que durante o processo de secagem evaporam completamente. São utilizados e incorporados na tinta durante o seu processo de fabrico de modo a garantirem a liquidez do produto e o mesmo padrão de viscosidade conferindo ao produto as condições ideais para aplicação, alastramento, etc. Existem diversos solventes e são estes os componentes mais agressivos para o meio ambiente. O único solvente considerado totalmente ecológico é a água e é na análise deste componente que se deve ter atenção redobrada.
Os pigmentos são partículas sólidas e insolúveis que conferem à tinta cor e poder de cobertura (ativos) bem como dureza e consistência (inertes). Existem em várias quantidades e com várias junções em cada tipo de tinta.
As resinas, denominadas também como veículos, são extremamente importantes e imprescindíveis à constituição da tinta. Este componente é o responsável pela formação da película protectora após secagem da tinta. Confere também aderência, brilho, durabilidade exterior, flexibilidade e tenacidade. Existem diversos tipos de resina classificados de acordo com o seu mecanismo de cura. Este componente deve ser também bem analisado, uma vez que muitas tintas utilizam como mecanismo de cura, compostos orgânicos voláteis (COV). Os COV são altamente prejudiciais à saúde humana e por isso a sua percentagem na tinta deve ser restringida de acordo cm o prescrito na Directiva 2004/42/CE da Comunidade Europeia.

Ora se todos os componentes são essenciais à produção da tinta como conseguir-se tintas naturais? Mais ecológicas? Mais amigas do ambiente?
A chave está em utilizar-se, para a composição da tinta, única e exclusivamente, componentes naturais, tais como o óleo de madeira, óleo de linhaça, óleo de casca de citrinos, resinas, giz, argila, caseína ou cera de abelha.
As características, principalmente de durabilidade, manter-se-ão e o produto final será mais saudável para o ambiente e para o ser humano.
Há ainda a salientar que as tintas naturais apresentam também inúmeras vantagens para os materiais de base de aplicação, uma vez que permitem que os materiais respirem, levando assim à diminuição de patologias construtivas.

Embora o custo de produção de uma tinta natural seja superior ao das tintas convencionais, o produto final apresenta inúmeras vantagens não só a nível ambiental, em que não existe preço para a conservação do meio ambiente, bem como a longo prazo, em que o custo de conservação do edifício será bem menor.

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