As tintas são materiais predominantes na
Construção. São aplicadas em todo o tipo de revestimentos, quer sejam paredes
interiores ou exteriores, tectos, portas, janelas, mobiliário, pavimentos…
Este material provoca um grande impacto no nosso ambiente e
pela elevada quantidade usada é importante escolher cuidadosamente o tipo de
tinta a aplicar, de modo a minimizar as consequências negativas para o meio
ambiente.
Por ser um dos produtos mais antigos a concorrência
é elevada e a gama de produtos disponível também. Por isso é impres
cindível
conhecer todos os seus constituintes e entender quais os mais prejudiciais.
Comecemos portanto por analisar a composição da
tinta. Estes produtos são basicamente constituídos por aditivos, solventes,
pigmentos (activos e inertes) e resinas.
Os aditivos são produtos químicos utilizados em
pequenas quantidades mas com uma elevada capacidade de modificar as
propriedades da tinta. Estes componentes são responsáveis por propriedades como
o brilho, a estabilidade da cor, a adesão, a suavidade da tinta, entre outros.
Os mais comuns são os secantes, antiespumantes, fungicidas e bactericidas.
Os solventes são usados unicamente para controlar
as propriedades da aplicação de uma tinta. Eles são líquidos voláteis que
durante o processo de secagem evaporam completamente. São utilizados e
incorporados na tinta durante o seu processo de fabrico de modo a garantirem a
liquidez do produto e o mesmo padrão de viscosidade conferindo ao produto as
condições ideais para aplicação, alastramento, etc. Existem diversos solventes
e são estes os componentes mais agressivos para o meio ambiente. O único
solvente considerado totalmente ecológico é a água e é na análise deste
componente que se deve ter atenção redobrada.
Os pigmentos são partículas sólidas e insolúveis
que conferem à tinta cor e poder de cobertura (ativos) bem como dureza e
consistência (inertes). Existem em várias quantidades e com várias junções em
cada tipo de tinta.
As resinas, denominadas também como veículos, são
extremamente importantes e imprescindíveis à constituição da tinta. Este
componente é o responsável pela formação da película protectora após secagem da
tinta. Confere também aderência, brilho, durabilidade exterior, flexibilidade e
tenacidade. Existem diversos tipos de resina classificados de acordo com o seu
mecanismo de cura. Este componente deve ser também bem analisado, uma vez que muitas
tintas utilizam como mecanismo de cura, compostos orgânicos voláteis (COV). Os
COV são altamente prejudiciais à saúde humana e por isso a sua percentagem na
tinta deve ser restringida de acordo cm o prescrito na Directiva 2004/42/CE da
Comunidade Europeia.
Ora se todos
os componentes são essenciais à produção da tinta como conseguir-se tintas
naturais? Mais ecológicas? Mais amigas do ambiente?
A chave está em utilizar-se, para a composição da
tinta, única e exclusivamente, componentes naturais, tais como o óleo de
madeira, óleo de linhaça, óleo de casca de citrinos, resinas, giz, argila,
caseína ou cera de abelha.
As características, principalmente de durabilidade,
manter-se-ão e o produto final será mais saudável para o ambiente e para o ser
humano.
Há ainda a salientar que as tintas naturais
apresentam também inúmeras vantagens para os materiais de base de aplicação,
uma vez que permitem que os materiais respirem, levando assim à diminuição de
patologias construtivas.
Embora o custo de produção de uma tinta natural
seja superior ao das tintas convencionais, o produto final apresenta inúmeras
vantagens não só a nível ambiental, em que não existe preço para a conservação
do meio ambiente, bem como a longo prazo, em que o custo de conservação do
edifício será bem menor.
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