quarta-feira, 30 de abril de 2014

Betão hidrofóbico em estudo para obras de arte

Investigadores da Universidade de Wisconsin, em Madison, Estados Unidos desenvolveram um betão hidrofóbico que é mais flexível e durável que o betão tradicional.
Liderada por, Konstantin Sobolev, Professor do Departamento de Engenharia Civil, a equipa desenvolveu um betão de alto desempenho, reforçado com fibras hidrofóbicas, que apresenta uma vida útil de 120 anos.
A investigação surgiu com o princípio de garantir uma ligação eficaz entre pilares e tabuleiros de pontes fortemente armadas. O betão nestas obras de arte está constantemente sujeito a ciclos de congelamento-descongelamento, com dilatações consideráveis e variações de temperatura enormes, o que leva a uma deterioração mais rápida do material. A pensar neste problema e na necessidade de aumentar o tempo de vida útil do betão tradicional, a equipa de investigadores da Universidade de Wisconsin, desenvolveu o SECC (solução de compósitos comentícios hidrofóbicos).
A utilização de aditivos químicos e o micro controlo da rugosidade superficial do
betão leva a que o ângulo de contacto entre este e a água seja superior a 150º, o que leva a um escoamento rápido da água e a uma menor saturação do betão.
A solução incorpora também fibras de polivinil-álcool que criam micro bolhas de ar, permitindo que o betão apresente um nível de flexibilidade semelhante ao metal e um aumento da resistência de compressão entre 4 a 200 vezes superior ao betão normal. Estas micro bolhas promovem microfissuras múltiplas que aumentam a ductilidade do material sem perder a sua resistência.
Muito diferente do ensino Português, este material encontra-se não só a ser estudado em laboratório, mas também num caso real, tendo sido construído um protótipo no campus da Universidade, que é basicamente uma laje com 8cm de espessura que serve de acesso a um estacionamento. Para este protótipo a equipa criou também um software para monitorizar o desenvolvimento de fissuras e avaliar o desempenho do betão.
As informações recolhidas serão fundamentais para continuar a investigação e ajustar/melhorar a solução para posteriormente se colocar o material no mercado.
Recomendo, se assim o desejarem, a consulta dos relatórios emitidos à agência que financiou a pesquisa, o National Center for Freight & Infrastructure Research & Education, onde se encontram todos os passos desenvolvidos até ao momento para a evolução desta investigação e a actual análise de resultados.
Creio, que este material poderoso para as infra-estruturas, principalmente para obras de arte, merece um contínuo acompanhamento. 

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