terça-feira, 18 de março de 2014

A consequência da falta de Plano de Ordenamento em Angola: Construções novas estarão em risco?

O Boom da Construção em Angola, sem qualquer orientação técnica, análise e consideração do espaço urbanístico levou a que, por exemplo, junto de uma vivenda existam prédios com mais de 20 pisos. A construção desenfreada comandada por interesses políticos e financeiros, resultaram em graves problemas que diminuem a qualidade de vida da cidade, principalmente, pela falta de acessos com capacidade para escoar o trânsito local, bem como para instalar as redes eléctricas, de esgoto e de abastecimento de água, já para não mencionar a total falta de espaços de estacionamento e demais infra-estruturas básicas a partir das quais se constroem cidades funcionais, como sejam Lisboa.
Em tempo, faltou-nos também o que hoje em dia Angola tem de “construir” à velocidade da luz, antes de continuar com construções que poderão ter de ser demolidas por impossibilitarem a funcionalidade das Cidades e periferias: O Plano de Ordenamento!
Neste momento Angola está focada simplesmente em Luanda, as periferias estão ao acaso, sem intervenções programadas. E a Construção na cidade foi feita ao acaso, sem se pensar detalhadamente na sua funcionalidade, no modo como as pessoas podem circular, no modo como implementar redes públicas de transporte, no modo como garantir a qualidade de vida!!!
Como outrora acontecera em Lisboa e em grandes cidades que foram evoluindo, as construções tiveram de ser readaptadas e neste momento, algumas das novas
construções em Luanda correm o risco de serem demolidas, segundo fonte do Eng. Civil Manuel Resende, ex-ministro das Obras Públicas, tendo exercido funções no primeiro Governo nacional depois da independência.
Segundo o mesmo, é fundamental que as novas obras públicas fiquem suspensas até à definição e conclusão do Plano de Ordenamento, caso contrário, Luanda corre o risco de investir numa cidade que nunca será funcional, ou terá prejuízos avultados pela necessidade de demolição de construções recentes com investimentos elevados.
Felizmente, muitas das cidades em construção possuem já Planos de Ordenamento e/ou Técnicos que diariamente aconselham e prestam apoio às entidades públicas a fim de garantir a criação de novas cidades funcionais, como é o caso de Huambo, Lubango e Soyo.
Esperemos que Luanda trave minimamente esta construção desenfreada e foque-se no seu planeamento, caso contrário será brevemente uma das cidades mais caras do mundo com a pior qualidade de Vida.

Por este caminho, espera-se que o sector das infra-estruturas evolua rapidamente, com novas oportunidades para grandes empresas internacionais.

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